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10.4.09

Os vapores das linhas de África - 3: os últimos anos da Colonial (1956-1974). 
Como mencionado no post anterior, em 1947 a C.C.N. adquiriu nos Estados Unidos, em 2.ª mão, três pequenos cargueiros a vapor, a que deu os nomes de "Lunda", "Pebane" e "Quionga". Mas poucos anos depois, em 1956, aqueles três cargueiros a vapor foram vendidos a uma companhia cubana.
De construção nacional (estaleiros de Viana do Castelo) a C.C.N. encomendou 3 grandes cargueiros a motor diesel: o "Lobito" (lançado à água em 1959), o "Porto" (1968) e o "Malange" (1971).


Em 1961 entrara ao serviço da C.C.N. a sua jóia da Coroa, o maior e mais luxuoso de todos os paquetes portugueses, o "Infante Dom Henrique".
Em 1969 a C.C.N. adquiriu a um estaleiro polaco um grande cargueiro, o "Bailundo" e três anos depois, em 1972, compraria ao mesmo estaleiro de Gdansk outro cargueiro ao qual foi dado o nome do fundador da Companhia Colonial de Navegação, "Bernardino Corrêa".
Na Alemanha, em 1972 e 1973, a C.C.N. adquiriria, em 2.ª mão, dois pequenos cargueiros gémeos, aos quais atribuiria os nomes de dois dos seus cargueiros a vapor, entretanto já abatidos: "Pungue" e "Lugela".
Foram os dois últimos navios a integrar a frota da Companhia Colonial de Navegação. Em Fevereiro de 1974 a C.C.N. foi fundida com a Empresa Insulana de Navegação. Dessa fusão nasceu uma nova empresa armadora designada por Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, com a sigla C.T.M.


Nesses 52 anos de existência a Colonial integrou 47 navios, inteiramente dedicados a assegurar o tráfego de mercadorias e passageiros entre as colónias e a metrópole portuguesa.


No ano de 1964 a frota da C.C.N. estava quase que completamente devotada às linhas de África. O "Infante D. Henrique" saía de Lisboa para o Funchal, Luanda, Lobito, Cape Town, Lourenço Marques, Beira, tocando os mesmos portos no percurso de regresso à Metrópole. O "Império" e o "Pátria" cumpriam um mesmo itinerário: Lisboa, Funchal, São Tomé, Luanda, Lobito, Moçâmedes, Cape Town, Lourenço Marques, Beira, Moçambique, Nacala (por vezes) e Porto Amélia. Já o "Uíge" percorria apenas a costa ocidental de África: partindo de Leixões, aportava em Lisboa, Las Palmas (Canárias), São Tomé (por vezes), Cabinda, Luanda, Lobito, Moçâmedes. No regresso o "Uíge" escalava, ainda, o Funchal. Já os navios cargueiros da Colonial — "Lobito", "Luanda", "Ganda", "Amboim", "Benguela" e "Lugela" – demandavam nesse ano de 1964 todos os portos das colónias portuguesas em África, de acordo com as necessidades e demandas de fretagem.

Essa tão denotada vocação colonial ficou bem expressa pelo facto tão singular de após a publicação do Decreto-Lei n.º 38.300, de 15 de Junho de 1951, na sequência da revisão constitucional que transformou as colónias portuguesas em províncias ultramarinas, determinação legislativa pela qual se abolia qualquer referência institucional que implicasse a utilização das palavras "colónia", "colonial" e outras derivadas, a C.C.N. manteve inalterada, até à sua fusão com a Insulana em Fevereiro de 1974, a sua designação comercial: Companhia Colonial de Navegação.

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